quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Fruta?



Há uma grande indignação. Hoje conversando com uma colega de trabalho enquanto almoçava, entre uma salada e um risoto de queijo, conversa vai, conversa vem fico sabendo de algo que há muito tempo me causa um certo desconforto, uma mistura de ira com pena, uma certa indignação. Com certeza você já ouviu falar na mulher melancia, se for do sexo masculino essa certeza pode até aumentar, uma mulher que como muitas outras fazem do corpo o seu ganha pão. Não quero julgar essas mulheres, tão pouco sei o que elas passam e suas histórias de vida, portanto julgo sim a situação em sí e a mídia que lucra com coisas tão grotescas como essa e aqueles que apoiam, gostam e se divertem com isso. E eu não estou falando só dos homens não, mas de várias mulheres que além de acharem o máximo, gostariam de ser uma delas. Sim, essas mulheres com certeza nunca leram nada sobre a revolução e a batalha que as mulheres enfrentaram para conquistar um lugarzinho fora da cozinha, não sabem que em suas cabeças existem coisas muito mais interessantes e exploráveis do que suas nádegas enormes, não sabem o valor de uma idéia, não sabem nem seu próprio valor. Hoje descobri que além da mulher melancia, moranguinho, maçã, existe também a mulher Jaca. Daqui à pouco vai ter a mulher jaboticaba, mulher lixia, mulher kiwi...Parece que essas mulheres querem mesmo voltar à cozinha, não é? Porém de uma forma bastante fútil e vulgar, talvez fazer uma salada de frutas para o marido não seja tão ruim! Antigamente tirar a roupa e posar para revistas era uma forma de libertação, de sair do tradicional, de liberdade de expressão (expressão corporal claro), mas uma maneira de mostrar ao mundo que a mulher podia finalmente fazer aquilo que bem entender. Hoje já não vejo dessa forma, a nudez feminina nos tempo atuais nada mais é do que mais uma maneira agressiva e suja de se ganhar dinheiro fácil. Sinto que algumas coisas na vida evoluem, outras ficam estagnadas e outras simplesmente regridem. Mas se tiver que voltar no tempo e ser uma mulher fruta eu sou muito mais a Carmem Miranda que era uma fruteira completa com muito charme e glamour! Afinal de contas lugar de mulher não é na cozinha, muito menos em capa de revista masculina, lugar de mulher é na revolução, seja ela qual for!

2 comentários:

Mara disse...

medisse que a minha geração fez a revolução e que a sua geração estava mais liberaa. emancipada, e que não precisava mais lutar, impressionar, convencer ninguem. Podiamos deixar as armas de lado e simplesmente viver a força e a alegriade ser mulher. Como voce mesmo diz agora, essa luta vai longe, principalmente nas mentes dos que ainda sentem o mundo patriarcalmente.
parabéns pelo texto. Sua mamis

Nana Rodovalho disse...

É Mamis, eu estava enganada quando pensei que essa luta já tinha chegado ao fim. pelo visto ainda temos muito que lutar! Obrigada por sempre me mostrar isso...vc é o exemplo de mulher guerreira que eu sempre quero ser! Sua filha!