terça-feira, 12 de maio de 2009

Constant Emotion

Sim, eu sempre fui de natureza instável. Desde pequenininha já fazia jus ao apelido que conquistei ainda bebê: Nana Drama. O fato é que não da pra ignorar que tais sintomas se agravaram, e muito, com o passar dos anos. Minhas mãe costuma dizer que as minhas emoções são como uma gangorra, ora estou muito feliz, ora muito triste. É, eu nunca fui uma pessoa mediana mesmo, em nada. Com as emoções não poderia ser diferente. Confesso que invejo um pouco aqueles que conseguem ter um equilíbrio emocional profundo, nunca me contento com um 36...37...pra mim tem que ser sempre 8 ou 80. Em alguns pontos isso é muito bom, me leva pra frente, me faz viver tudo com intensidade, emoção, paixão, mas, como tudo, tem o seu lado ruim. Ultimamente esse lado tem me preocupado um pouco. Mas tenho procurado cada vez mais um bem-estar. Bem-estar esse que envolve várias coisas. Tenho tido mais tempo pra mim, e isso é uma delícia. Tenho feito muitos planos, comecei a colocar a vida e os pensamentos em ordem e tenho conseguido, até o dia em que resolvo ver um filme, em um sábado de manhã, na casa de uma amiga, e esse, mesmo sem intenção, me derruba com um golpe no peito me fazendo chorar por horas e horas, como uma criança que sente saudades da mãe. Seria isso sensibilidade ou desequilíbrio? Pra quem já assistiu O Leitor, talvez seja mais fácil entender o que eu estou falando, aquela cena em que Michael grava as histórias e manda para Hanna na prisão me comoveu profundamente. Talvez eu esteja fazendo drama, mas ainda acho que o drama já estava feito e tudo não se passou de uma enorme influência da lua cheia sobre o signo de câncer. Acupuntura melhora muito, mas o teatro piora. Talvez com os dois consiga um equilíbrio, mas a sensação que tenho é que só vai passar no dia em que eu me libertar e conseguir me livrar dela de vez. Ela que me prende, me sufoca, me afoga nas minhas próprias lágrimas, a minha auto-crítica. Não tem nada pior do que ser julgado por você mesmo. Isso, mostra o quanto a minha opinião sobre eu mesma têm importância para mim. Porque quando um julgamento sobre a minha pessoa parte de uma terceira pessoa, se isso não for construtivo (não vou dizer que não me afeta, porque estaria sendo hipócrita), mas posso afirmar que não me faz perder o sono, tão pouco me desenvolve uma gastrite nervosa. Esse processo de auto-aceitação tem sido, no momento, o meu maior desafio. Porque se eu sou assim, aceito a condição de ser quem eu sou, com a condição de ter emoção, sempre. E paro de procurar uma explicação. Afinal, como diz Guimarães Rosa:


"A felicidade se acha em horinhas de descuido!"


E eu sou tão descuidada...

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