segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Alta noite

"Alta noite já se ia, ninguém na estrada andava
No caminho que ninguém caminha, alta noite já se ia... Ninguém com os pés na água
Nenhuma pessoa sozinha ia
Nenhuma pessoa vinha
Nem a manhãzinha, nem a madrugada
Nem a estrela-guia, nem a estrela d'alva
Alta noite já se ia, ninguém na estrada andava
No caminho que ninguém caminha, alta noite já se ia..."
*
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As lagrimas correm pelo meu rosto, se misturam com a coriza da gripe que me pegou desprevenida nessa manhã de domingo, assim como a tristeza que invadiu meu coração nessa madrugada de segunda-feira. Nesse momento a única certeza que tenho é a do ponteiro do relógio que marca 03:23 da madrugada, já no horário de verão, que chegou trazendo uma hora a menos pra dormir, mas que não faz a menor diferença quando dormir já não é o mais importante com tantas coisas a se pensar! Eu estou triste. Coração partido chora. Me faz lembrar uma frase que descreve bem tal fenômeno: LAGRIMAS: sumo que sai pelos olhos quando se espreme um coração! O meu esta espremido, cortado em fatias e pendurado ao vento.Incerteza é uma das piores coisas que alguém pode sentir. Pior do que um NÂO, pois ainda deixa viva uma esperança. Um amor não acaba de um dia para o outro, assim como também não começa! Tudo é uma conquista, o começo, o meio e até mesmo o fim! Fernando Veríssimo diz que um romance cujo fim é indolor não é romance, e ele tem razão, assim como minha mãe que costumava me dizer na adolescência que um fim de relacionamento é como uma pequena morte, junto com ele morre também os sonhos, os planos, os filhos que ainda nem nasceram, aquela viagem tão sonhada, e morre um pedacinho nosso também! E como toda morte, não desejamos isso. Eu não queria que fosse assim. Me sinto de mãos atadas nesse momento. Não sei o que fazer, nem mesmo o que sentir. O carro que passa na rua invade o silêncio da minha alma me deixando mais confusa do que já sou por natureza, grande defeito por sinal, que tentarei corrigir daqui pra frente. Amo como nunca amei ninguém e como nunca pensei que poderia amar. Um amor que me transformou, me modificou, me enriqueceu, me amadureceu e hoje me entristeceu, como um fim de tarde na praia, quando o sol vai se pondo e a escuridão vai invadindo o barulho das ondas e os grãos de areia ainda aquecidos pela luz do sol! Sim, coração está partido, partido...

Um comentário:

Evandro disse...

PALHAÇO
(Thais S. Francisco)

Tal qual o palhaço,
vive também o poeta.
Dois artistas da vida
que fazem sorrir e sonhar.
e muitas vezes, atrás do sorriso
e dos sonhos, chora sua alma
a dor da saudade, do desamor,
da solidão.

Como Poeta, me fiz em Palhaço
pintando de luzes palavras de Amor,
fazendo sonhar os enamorados.
Como Palhaço me fiz um Poeta
versejando alegria, declamando sorrisos
provocando o burburinho
de francos risos.

Como Palhaço, declamei sorrisos,
plantei sementes de alegria em corações endurecidos,
esqueci-me da dor que em minh'alma se aninha..
Como Poeta, pintei emoções,
fiz sonhar os apaixonados, dei asas à emoção,
esqueci-me por momentos, a dor da saudade,
vivendo a inspiração do Palhaço e do Poeta.

Sou como o Poeta,
Sou como o Palhaço,
Artistas que fazem do dia a dia,
O palco de sua vida..!!